segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Entrevista - Fernando Bezerra Coelho

Denise Rothenburg e Leonardo Cavalcanti

Em entrevista ao Correio, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, avisa que a direção
 dos órgãos vinculados será trocada para promover uma maior interação com a Secretaria Nacional de
 Irrigação, o novo braço do ministério que ficará responsável pela definição das políticas do setor. 
A mudança atingirá o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

2011 será de aperto financeiro. Em termos de recursos, dá para concluir a obra da transposição?
Hoje, a obra tem uma execução, do ponto de vista financeiro, de 50%, e 35% físico. Para cumprir 
o cronograma, precisaremos de um orçamento alentado no ministério. Para concluir o eixo Leste em 2011
 e o Norte no fim de 2012, estimamos uma necessidade de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões.
Mas é quase todo o orçamento do ministério para este ano…
Estamos falando em dois anos, R$ 2,5 bilhões por ano. E há outros investimentos na área de recursos
 hídricos. No PAC I e II, estão previstos recursos da ordem de R$ 14 bilhões.

E as chuvas? Todo o ano é uma tragédia anunciada. O que dá para fazer para que, em 2012, não haja?
Na verdade, é preciso investir muito mais em prevenção do que na mitigação dos prejuízos. Vamos
 nos articular com o Ministério de Ciência e Tecnologia, com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas 

Espaciais), para criar um sistema de alerta e identificação de áreas de risco que permitam ao governo
 federal, sob a articulação da Integração, programar intervenções em encostas e morros.

Uma das guerras que o senhor vai enfrentar já é a das nomeações. Henrique Eduardo Alves disse hoje
 ao Correio que deseja a permanência do diretor do Dnocs…
Ele me comunicou isso e eu comuniquei que a nossa orientação é promover a renovação dos quadros.
 A Presidência do Dnocs será constituída com a participação do PMDB. Vamos ouvir o
 Rio Grande do Norte, o líder Henrique Eduardo Alves, o PMDB, mas é importante que se entenda a 
hora de renovar os quadros.

O ministério sempre foi muito político. Como se faz essa separação de uma parte política de um trabalho
 técnico?
Sou político também, a política feita de forma correta valoriza o serviço público. (…) No caso da
 composição dos quadros, vamos querer qualidade, competência e transparência, e faremos essas 
escolhas com a anuência da área política. É chegado o momento de renovar. Isso não é juízo de valor
 sobre o trabalho que foi feito, realizado. Estamos diante de uma situação em que estamos
 criando a Secretaria Nacional de Irrigação, que vai articular a política nacional de irrigação, cujos
 órgãos de execução são o Dnocs e a Codevasf. É importante que um novo grupo dirigente 
possa alcançar as instâncias de decisão. Portanto, vai haver renovação da Codevasf e do Dnocs.