segunda-feira, 31 de janeiro de 2011


EXCLUSIVO: Fernando Bezerra Coelho concede entrevista ao Nossa Voz

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Da redação
fbc_slideO Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, concedeu uma entrevista ao Nossa Voz na tarde desta segunda-feira (03), pouco antes de participar da Cerimônia de Transmissão de Cargos, que ocorreu do edifício-sede da pasta, em Brasília.
O ex-prefeito de Petrolina falou principalmente sobre seus planos frente à Pasta, da implantação da Secretaria Nacional de Irrigação e o investimento nas Parcerias Público-Privadas, além do encaminhamento de grandes obras como a Transnordestina e a Transposição.
NV: Qual o sentimento do senhor, agora, prestes a dar início aos trabalhos frente ao Ministério da Integração Nacional?

FBC: Muita alegria, muita esperança, muita animação que a gente inicia o nosso trabalho à frente da pasta da Integração Nacional pela confiança da presidenta Dilma Rousseff e honrado pela indicação do meu partido, cujo patrocínio foi do governador Eduardo Campos. É com muita emoção, determinação, fé no Brasil e, sobretudo, com vontade de trabalhar que aprendi em Petrolina como seu prefeito, do meu pai que nunca desistiu de nada na vida sempre lutou firme pela conquista de seus sonhos e ideais. É com essa determinação que vamos dar início ao nosso trabalho frente da pasta da Integração Nacional e esperando colaborar e contribuir para que a presidenta Dilma Rousseff possa fazer um trabalho ainda melhor do que o que foi feito por Lula.

Quais os principais desafios que tem pela frente e quais as primeiras ações que pretende viabilizar?

Temos agora um grande desafio à frente, que é de reposicionar e potencializar as ações do Ministério da Integração Nacional, mantendo políticas públicas de investimento nas regiões Norte e Nordeste, como áreas prioritárias, mas vai buscar também um papel mais nacional da sua atuação, buscando intervenções nas demais regiões do pais, como Sul, Sudeste de Centro Oeste. O Ministério também vai criar de forma imediata a Secretaria Nacional de Irrigação, para dar maior peso a essa política nacional muito importante para geração de emprego e renda e, sobretudo, dar dinamismo à economia do nordeste, de forma particular à região semiárida do nordeste brasileiro. A Secretaria Nacional de Irrigação vai ficar responsável pela articulação das políticas da área de irrigação, coordenando ações da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). A Codevasf será reforçada, revitalizada, inclusive com nova missão, que é fazer gestão do Canal da Transposição do São Francisco, que é um enorme desafio no sentido de assegurar o processo de sustentabilidade das atividades econômicas viabilizadas a partir do canal. Vamos também priorizar os trabalhos de prevenção na Secretaria de Defesa Civil, mapeando áreas de risco no Brasil para viabilizar recursos para mitigar efeitos de enchentes, inundações, secas, que ocorrem em função das intempéries climáticas em todo o planeta.

Foi divulgado na imprensa estadual que o Senhor teria criticado a política de irrigação no Governo Lula e que já estaria vendo outra forma de retomar investimentos nessa área. Qual seria esse novo modelo?

“Não foi uma crítica, foi uma constatação. Na realidade, precisamos dar mais agilidade à implantação dos Perímetros Públicos Irrigados. Nós passamos muito tempo para definir novo modelo, até porque isso é necessário para diminuir a ociosidade dessas áreas no nordeste brasileiro. Só para se ter uma ideia, os Perímetros Públicos Irrigados do Dnocs chegam a ter ociosidade de mais de 50%. Então, é importante ter esse novo modelo e foi identificado que seria o da Parceria Público-Privada e o Projeto Pontal é o projeto piloto para testar, consolidar e validar esse modelo. Vamos dar todo o apoio para que as obras do Pontal possam desencadear num ritmo acelerado e a gente possa partir para novos projetos, como é o caso do Salitre, em Juazeiro, do baixio do Irecê e do Canal do Sertão, que precisam ser concluídos os projetos e iniciada sua implantação.

Em um evento no Senai, o senhor chegou a falar sobre a saturação da produção da uva e manga não apenas no mercado interno, mas também no exterior. Pensando em viabilizar toda a melhoria do Vale do São Francisco, como estaria seu olhar para essa questão agora, enquanto Ministro da Integração Nacional? As parcerias com o Banco Mundial e o BNDES, como se configurarão nesse contexto? 
Essas parcerias são importantes. O BNDES é a maior instituição de crédito no país e nós vamos procurar apoio sim para financiar infraestruturas na área de irrigação, ferrovias, transposição de águas. O professor Luciano Coutinho, presidente do BNDEs, é um pernambucano e primo de sua amizade. Vamos estreitar muito essa parceria, como também com o Banco Mundial, que tem uma experiência acumulada em vários países no que diz respeito à transposição de águas de bacias hidrográficas. Tem o caso do Rio Colorado, nos Estados Unidos; em Navarra, na Espanha; na Austrália. Nós precisamos beber dessas experiências para que não repitamos os mesmos erros e possamos ter uma gestão de água a partir do Canal da Transposição, valorizando a inclusão social e a sustentabilidade ambiental.

Há possibilidade de contemplar o Vale do São Francisco com um ramal da Transnordestina?

“Com certeza. Na realidade, tive oportunidade, em nosso primeiro encontro de trabalho com a Presidenta Dilma, de colocar a necessidade de que as intervenções na estrutura ferroviária – que começou sua implantação no governo Lula, de Eliseu Martins, até Suape e Pecém – precisam continuar e ser ampliadas. A Transnordestina tem que se ligar à ferrovia Norte-Sul, a Centro-Atlântica, que parte de Juazeiro ao Porto de Aratu, na Bahia; é preciso, inclusive, modernizar e revitalizar o ramal de Juazeiro a Salvador, e o Ministério da Integração Nacional será, portanto um ator importante para buscar priorização desses investimentos na estrutura ferroviária que vão dar um novo dinamismo à economia do Nordeste.

Cabrobó viveu um momento de grande desenvolvimento no início das obras da Transposição e com as etapas concluídas, vê-se uma regressão na geração de empregos na obra. Já se foi pensada alguma ação que mantenha a expansão sócioeconômica nessas áreas?

“As obras as Transposição prosseguem, mais de 10 mil pessoas estão contratadas e mobilizadas. É verdade que há problemas em alguns trechos, vamos conferir contratos para que possamos assegurar que as datas de previsão de conclusão das obras sejam viabilizadas. A Presidente Dilma recomendou prioridade total às obras da Transposição e Transnordestina. Vamos rever, já agora no início, todas essas questões para que possamos enfrentá-las e solucioná-las.

Ser Ministro da Integração Nacional aproxima-o ou afasta-o da disputa eleitoral de 2012 em Petrolina?

Ah, está muito longe! Quero agora compartilhar com todo o povo de Petrolina essa alegria, essa grande alegria de está  representando Petrolina, Pernambuco, o Nordeste e  de poder servir ao Brasil no cargo de Ministro da Integração Nacional.